terça-feira, 30 de agosto de 2011

Há tempos

"Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias..."

Pois é. "Algum tempo" - 2 anos, 4 meses e 4 dias, mais precisamente - se eu conseguir terminar de escrever até 23h59. Caro leitor, este post até aqui lhe deve estar soando familiar, não?

Me alegraria se isso realmente tiver ocorrido, pois eu pareceria menos louca. Mas você, não se anime, que as semelhanças acabam por aqui. Ou talvez esse aviso tenha efeito diverso e, ao contrário, você tenha decidido continuar a leitura. Enfim, como diria Brás Cubas, "A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.". Genial, não?

Relendo meu primeiro - e, até agora, único - post, não posso deixar de comentar que se esse blog fosse realmente meu filho eu deveria ter sido julgada, condenada e presa por abandono de incapaz, no mínimo...

Na verdade, eu nem sei direito sobre o que vou escrever, simplesmente* me deu vontade. Pelo tanto de coisas sem sentido que escrevi até agora (maldita seja a técnica da "tempestade de idéias", maldita seja a minha mania prolixa de escrever, quem sabe influenciada pela Facvldade de Direito) isso já ficou óbvio, mas é bom deixar claro. Como diria um professor meu, eu não tenho compromisso com a coerência. O blog é meu, faço do jeito que quiser, humpf! (Quantos anos tem essa moça, 5? - respondo: a minha idade mental deve ser mais baixa que isso, meu irmão de 3 anos já é mais maduro - e olha que é homem... )

*Neste momento, acaba de me ocorrer o tema sobre o qual vou escrever (obrigada, "tempestade de idéias" :o) ).

Se escreve simplEsmente mesmo, tá? Por favor, não maltratem a língua portuguesa como eu fiz com meu blog. Vai ver é por essas e outras atrocidades que resolveram criar um novo acordo ortográfico, assim quem sempre escreveu errado passou a escrever certo. Eu sou chata com isso, admito, mas é porque gosto da minha língua-mãe. E mãe é mãe, por mais que a gente não goste deveria respeitar, certo? (essa é uma das coisas que, hoje em dia, não está parecendo tão óbvia assim. O Maluco aqui que o diga.)

Esse é um desabafo porque me entristece ver tantos brasileiros desejando ter nascido em outros países, exaltando tudo que vem de fora. Não é que seja o melhor país do mundo, mas todos têm seus defeitos. Ilustra bem o que eu quero dizer uma frase que li no Facebook hoje: "Um brinde aos nossos defeitos, porque nossas qualidades filho da P.... nenhum reconhece". Só que eu também não sou ufanista (os dois extremos me parecem meio idiotas). Não tenho aversão ao estrangeiro, ao contrário, gosto de conhecer novas culturas, novos idiomas. Só acho que antes de ter fluência em qualquer idioma estrangeiro, o brasileiro deveria ter a fluência no português.

Tenho um professor estrangeiro que escreve super bem - fiquei positivamente surpresa lendo o que ele escreve e, percebendo o domínio que ele tem do português, me senti quase como quem lê uma obra literária com um enredo muito bom, ainda mais vindo o texto de um professor da área de exatas - mas, ao mesmo tempo, fiquei triste por isso ter me lembrado de já ter lido tanta coisa ruim vinda de brasileiros, estes que deveriam saber, no mínimo, mais do que qualquer estrangeiro.

Você se acha so cool por ter inglês fluente? Pois você pode conhecer 75 idiomas diferentes e se vangloriar por isso, mas escreva "simplismente" para mim e eu vou ter por você (só internamente, pois apesar de ser brasileira sou uma pessoa civilizada) a mesma consideração que você demonstrar pela nossa língua.

Como estou escrevendo? 0800-comenta-aí-embaixo. Ou não...